segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Autismo e seus graus de desenvolvimento. ( Daniela Bolzan)



Em 2008, foi definido pela ONU que o dia 02 de Abril seria a data de chamar atenção das autoridades governamentais, da mídia e da população mundial para esse tema que é tão pouco divulgado.

O Autismo é um distúrbio do desenvolvimento humano caracterizado por desvios qualitativos em várias áreas: habilidade de comunicação, relacionamento social, funcionamento cognitivo, processamento sensorial e comportamento.

No entanto estas características não estão presentes de maneira regular, podendo apresentar manifestações significativamente graves em uma área, e leves em outras, e ser bastante variável em cada criança, mesmo que apresente o mesmo diagnóstico clínico e idade cronológica, o que torna o autismo um transtorno de perfil irregular.

De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o DSM, na sua quarta versão:


Os Transtornos Generalizados do Desenvolvimento (TGD) se caracterizam por uma perturbação grave e generalizada de várias áreas do desenvolvimento, habilidades para a interação social, habilidades para a comunicação ou a presença de comportamentos, interesses e atividades estereotipadas. As alterações qualitativas que definem estes transtornos são claramente impróprias do nível de desenvolvimento ou idade mental do indivíduo. DSM-IV(APA, 1995).

Dentro do quadro dos chamados Transtornos Invasivos do Desenvolvimento – TID ou o termo correspondente TGD, encontra-se um subgrupo denominado Transtornos do Espectro do Autismo (TEA) que reúne o Autismo em sua condição mais grave e mais rara, conhecido também como Autismo Clássico ou Síndrome de Kanner. Encontra-se ainda neste grupo, a Síndrome de Asperger que se caracteriza também pelo início precoce dos atrasos e no comprometimento das habilidades sociais, mas que geralmente não apresenta nenhum atraso significativo na linguagem falada ou no desenvolvimento cognitivo. Por último, o Autismo Atípico, que é também descrito como Transtorno Invasivo do Desenvolvimento Sem Outra Especificação (TID-SOE), e apresenta uma epidemiologia notadamente maior e uma variação de características mais numerosas, pois mantém a defasagem do desenvolvimento na interação social, na comunicação e no comportamento, mas se distingue pela grande variedade de sintomas combinados com a variação no grau de comprometimento.


Os dados epidemiológicos para os TEA são crescentes em todo o mundo, de acordo com o CDC1 nos EUA são 1/150 nascimentos. No Reino Unido, o Centro de Pesquisa de Autismo Universidade de Cambridge2 estima 1/60 nascimentos e no Canadá3, de acordo com os estudos da Universidade de Montreal são 1/140. No Brasil, não existem dados oficiais para a incidência dos Transtornos do Espectro do Autismo.

LUTAS E DESAFIOS

Como não existem marcadores biológicos, ou seja, o Autismo não pode ser detectado através de exames físicos, o diagnóstico é feito com uma bateria de perguntas obtidas através da observação dos pais, por isso torna-se difícil e variável.

Para o Autismo porém, quanto mais cedo a intervenção maiores as chances de sucesso do tratamento que na maioria das vezes é feito a partir de terapias comportamentais. Por isso, quanto mais cedo os comportamentos inadequados forem corrigidos, mais fácil será a adaptação destes indivíduos à sociedade.


A obtenção do laudo diagnóstico para as pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo representa uma gama de possibilidades frente às mais variadas situações.

A partir do diagnóstico, a família e também os profissionais envolvidos no atendimento deste individuo passam a entender uma série de comportamentos inerentes ao quadro de sintomas do Autismo. Pode parecer simples mas o diagnóstico é feito tardiamente pois muitos médicos
preferem esperar, é comum os pais ouvirem frases do tipo: “cada criança tem seu tempo”, “melhor esperar um pouco mais”.

Além disso, o atendimento educacional do aluno com Transtorno do Espectro do Autismo, necessita de estratégias específicas para o direcionamento das demandas que surgem com o peculiar desenvolvimento destes indivíduos. Posturas específicas precisam ser assumidas frentes as suas dificuldades, como por exemplo, a baixa tolerância às frustrações que, conforme o grau de comprometimento do indivíduo pode detonar uma séria crise comportamental, poderá ser evitada com o devido direcionamento da atenção deste aluno. A inclusão deve ser feita em escola regular, mas esse direito também é negado com a justificativa de que a escola não está “preparada” para atender a estes indivíduos.

Frente a estes desafios, os pais se mobilizam pelo país na luta pela obtenção destes direitos. Associações estão sendo criadas pelo Brasil, um esforço dos pais na tentativa de verem garantidos direitos como educação e assistência médica, diagnóstico precoce e terapias, bem como auxiliar na divulgação da informação sobre a síndrome. Em Setembro de 2010, foi criada  a Revista Autismo, primeira publicação a respeito do assunto na América Latina e a única em língua portuguesa no mundo. “Tudo isso somente com trabalho voluntário e doações. A revista é gratuita, de circulação nacional” informa o jornalista Paiva Junior, editor-chefe e pai de uma criança com autismo (
http://www.revistaautismo.com.br ).

Ao se apoiarem mutuamente e partilharem experiências o grupo se fortalece e mobiliza a sociedade que precisa entender que o Autismo afeta muito mais gente do que supomos, por isso é preciso agir já.

Fonte: Institutochicoxavier.com.br
Abraços Daniela Bolzan,,,

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