terça-feira, 31 de maio de 2011

História de Maria Luzia de Brito - Martinha - Vamos Ajudar a divulgar - IMPORTANTÍSSIMO ( Daniela Bolzan)


Martinha com 16 Anos de Idade.

Meu nome é Maria Luzia de Brito conhecida como Martinha tenho 32 anos de idade, moro na cidade de Viçosa no Ceárá. Sou deficiente fisica desde dos os 6 anos de idade fui vitima de uma vacina mal aplicada apartir desde momento começaram as conseguencias, e como voce sabe antigamente a medicina não tinha desenvolvimento que tem hj, e só em 1995 fui para U.F.C no estado do ceará lá passei pela ajunta médica eles diagnosticaram distrofia muscular inreversivel e progressiva, eles me fotografaram e fizeram mts raio x mas nada me deram pois ficaram para estudar o caso, e me disseram que que esse caso só tinha tratamento nos Estados Unidos e ficaram de ver uma vaga pra me até hj nunca tive uma resposta, eles falaram q esse caso é raro.
Então o tempo foi passando o caso progredindo hj não posso sentar, não ando firme não levanto os meus braços não me dobro pareço um manequim, e 2002 o caso afetou na minha garganta passei um mês sem comer me levaram para  o HG em fortaleza e nada foi feito, então no mes de novembro de 2010 tive tres crises respiratória, e a ultima crise q tive quase morro pois fiquei me debatendo e as fiquei sem forças nas pernas mas ou menos cincos minutos eu voltei respirar ai minha mãe me levou pro hospital chegando lá médico dsse q a dor era por conta do problema fisico e que eu tinha quer ter acompanhamento com neurologista, então fui para uma consulta particular com Dr: Gerardo Cristino em Sobral, ele me vendo disse que ia me encaminhar para outro neurologista e marcou a consulta com o Dr: Luis Edmundo e dia 14 de abril estive com ele,e quando ele me viu disse q meu caso não era distrofia muscular se fosse eu ja teria morrido, ele disse q ocaso era muito parecido com problemas patologicos, ai ele me deu o n. do cel dele e pediu pra me ligar pra ele no dia 25 de abril que ia ver se conseguia um leito na Santa Casa de Misericordia de Sobral para me internar, quando foi dia 29 de abril fui internada pelo o mesmo para realizaçoes de exames, fiz um exame de sangue, passei pela a junta médica e depois ele me trouxe um diagnostico de um caso que não tem curae nem tratamento, é um problema que entres 2 milhoes de pessoas que afeta uma, é uma doença rara e genetica, que tem por nome Fibrodisplasia Ossificante Progressiva, então ele me deu um atestado constando como necessito de fisioterapia motora e respiratoria o resto da vida para manter o problema, já entrei em contato com a Secretária de Saúde a respeito do caso já repassei o caso para todos da prefeitura, eu sou uma pessoa deficiente fisica,eu moro no interior  sou de familia pobre e vivo apenas de um salário minimo, porém lucida e conciente a deficiencia e apenas no corpo a minha mente é perfeita graças a Deus estou lutando para sobreviver sei que Deus tem planos na minha vida mais nós temos que nos esforçar como a propria palavra de Deus fala, esforça-te que eu vos te ajudarei. E segunda feira passada veioo fisioterapeuta aqui na minha casa, e me disse q eu vou ficar fazendo fisioterapia em casa e sozinha porque não tem condiçoes de me levaram para  a sede por conta do transporte colocaram mil e um obstaculos, eu não aceitei essa proposta porque antes eu já tinha feito fisioterapia tres mes indo duas fez na semana para a clinica e estava me dando super bem depois eles cortaram por conta de não ter carro psra me levar, e o médico ficou me acompanhanto em casa eu aceitei pois prometeram quando melhorar a situaçãoeu voltar novamente e até hj e como agora o caso é serio voltei novamente atras de ajudar e querem que eu faça fisioterapia em casa sozinha tendo apenas acompanhamento uma x por semana, e tem mais uma não estão querendo trabalhar na parte motora querem trabalhar só na respiratória e o fisioterapeuta disse é para que não adianta trabalhar na motora, eu disse a ele porque dois medicos me pediram respiratória e motora, ele respondeu assim quem sabe sou eu pq estudei cinco anos para ser um fisioterapeuta, ai eu disse q está proposta de fazer em casa sozinha eu não qria, ele disse pois eu vou fazer um relatório e mandar pra Silvana como vc ta rejeitando o tratamento, eu disse a ele pode fazer e mandar, ai ele dsse pois se vc tem outros recursos que voce procure e ficou com raiva e foi embora e pediu pra me pensar mais um pouco.
Abaixo Minhas fotos:





Ate agora nada foi resolvido
ABAIXO O VÍDEO QUE CONTA A HISTÓRIA DE  MARTINHA.

Para você que quer ajudar a Martinha segua a conta bancária dela . Pode ser qualquer quantia.

Banco do Brasil:
                                       Agencia: 2773-1  conta: 17.699-0  

                                                   Maria Luzia de Brito
Obrigada a todos... Conto com vocês...
Grata Daniela Bolzan

Depoimento de Eliana Boralli - Mãe de Natália - Autista de 20 Anos - Revista Marie Claire ( Daniela Bolzan)

Natália - 20 Anos
Reportagem Revista Marie Claire
Como toda mãe, Eliana Boralli sonhava com um futuro brilhante para Natália. Mas, com pouco menos de 2 anos, a menina começou a perder o fôlego, voltou a usar fraldas e emudeceu. A partir daí, mãe e filha trilharam um longo e doloroso percurso até chegar ao diagnóstico: autismo. À procura de respostas para uma doença que, ainda hoje, desperta tantas dúvidas, Eliana acabou transformando o drama pessoal em bandeira de vida. Foi estudar e criou uma associação onde Natália e outras crianças especiais têm chances de encontrar seus próprios caminhos de conexão com o mundo.


Carinhosa, Natália faz questão do contato com a mãe, mas também gosta de ficar em seu quarto, ouvindo música e vendo revistas
Viagem de avião
Você pode me trazer uma Coca-cola com gelo e limão? Olho para minha filha com ar de reprovação. Natália tem tendência a engordar e sabe que não deve exagerar nos refrigerantes. Na mesma hora, me pego pensando que a aeromoça que está trazendo o copo nem de longe percebe que ela é autista. Estamos no avião, a caminho de Goiânia, onde vou participar de um seminário sobre ensino especial. Estudei e aprendi muito sobre a doença de Natália porque, há 20 anos, quando os primeiros sinais do problema apareceram, ninguém sabia explicar nada. Acabei me tornando uma profissional, mas, até hoje, o que me move todos os dias é o amor pela minha filha.'

Na maternidade
Ainda guardo os dois exames. No primeiro, fui diagnosticada como estéril, depois de operar ovários policísticos. No segundo, dois meses depois, soube que estava grávida. Eu tinha 26 anos. Natália nasceu nove meses depois de uma gravidez normal, numa cesária. Um bebê lindo e aparentemente saudável. Quando a enfermeira a trouxe para o quarto pela primeira vez, fiz o que, acho, toda mãe faz. Abri toda a roupinha, contei os dedinhos, queria ver se minha filha era perfeita. Não havia nenhum motivo para isso, mas, naquela hora, senti uma angústia inexplicável e comecei a chorar. Como eu não conseguia me controlar, minha mãe chamou o médico, o pediatra, enfermeiras... Acharam que era depressão pós-parto. Tentei dizer que não era isso, eu estava feliz, tinha desejado muito aquela filha. Mas não sabia explicar aquele nó na garganta. Apesar de tudo parecer absolutamente em ordem, alguma coisa dentro de mim sabia que Natália tinha um problema.'

Primeiros sinais
Os meses foram passando e o desenvolvimento dela era normal. Com menos de um ano, Natália já dizia 'mamã', brincava no jardim, andava e pedia o avô 'catatau', meu pai, a quem continua muito ligada. Mas, a partir dos 11 meses, ela começou a perder habilidades. Vieram as crises de falta de ar. Isso acontecia sempre que algo a deixava nervosa. Daí ela não conseguia se comunicar e ia engasgando, engasgando, perdia o fôlego a ponto de ficar roxa. Quando aquilo passava, Natália caía molinha, pálida. Pouco tempo depois, ela ficou estrábica, os olhinhos entraram para dentro. Com 1 ano e meio, ela, que já estava deixando as fraldas, perdeu o controle do xixi e do cocô. Foi aí que passei a prestar atenção naquela regressão, de tanto os meus pais cutucarem. A gente não quer ver, dói muito.

Hoje eu sei que esses sintomas acontecem em um terço dos casos. A criança tem um desenvolvimento aparentemente normal e, de repente, começa uma regressão gravíssima. Na maioria dos casos, o problema fica evidente logo que nascem... Quando a levei aos primeiros médicos e ela passou a tomar o remédio para as crises de falta de fôlego, tudo piorou. A medicação a deixava apática, letárgica. Com 1 ano e oito meses, minha filha, que antes parecia uma menina tão igual às outras, passava o dia prostrada, babando, não andava nem falava mais'.

De volta ao útero
Não sei quanto tempo passei sem ir ao cabeleireiro, sem fazer as unhas, para dizer a verdade, nem banho eu tomava direito. Entrei em depressão profunda. Procurei neurologistas, psicólogos, medalhões de várias áreas e, na época, ninguém chegava a um diagnóstico. Medicavam para isso e para aquilo, mas Natália ficava cada vez mais fora do mundo. De uma psicóloga, cheguei a ouvir que eu tinha exagerado na estimulação com minha filha e, por isso, ela teria se deprimido...



Natália está entre a minoria de crianças que parece saudável quando nasce, mas regride e mostra os primeiros sinais de autismo algum tempo depois

Eu não tinha ânimo para fazer nada. Pilhas de pratos se acumulavam na pia, eu só lavava as fraldas dela. Um dia, quando eu estava na cozinha com a Natália do lado, no colchonete que eu colocava sempre ali, percebi que ela prestava muita atenção na água da torneira. Aquilo era um sinalzinho de vida, o único que ela dava depois de tanto tempo. Daí pensei: 'Ela gosta de água'. Comprei uma bacia bem grande e me colocava com ela dentro dessa bacia, debaixo do chuveiro. Ficávamos assim um tempão, nuas e abraçadas, de cócoras... Eu dizia baixinho no ouvido dela: 'Mamãe te ama, você vai nascer de novo pra vida' e abraçava forte. Tempos depois, um professor meu disse que, intuitivamente, eu tinha feito uma terapia de reversão com ela. Foi como se eu tivesse me transformado em útero de novo... Ele disse que isso ajudou mesmo a trazer a Natália um pouco de volta.'

Aniversário feliz
Três médicos receitaram o mesmo anticonvulsivo que deixava Natália apática. Foi assim até o dia em que um quarto neurologista decidiu tirar aquele remédio. E então ela começou a reagir um pouco. Não existe um medicamento específico para o autismo, até porque são vários tipos e graus do problema. A gente usa os mesmos remédios que todo mundo toma para a agressividade, a hiperatividade, compulsões, essas coisas. Mas o cérebro de um autista tem uma química diferente e é preciso ir experimentando até encontrar o que funciona melhor em cada caso.

Com a melhora de Natália, fiquei tão animada que decidi fazer uma festa para comemorar seus três aninhos. Eu e o Wagner a levamos a uma dessas lojas que vendem enfeites e combinamos comprar a primeira coisa que chamasse a atenção dela. Foi a boneca Moranguinho. Desmontei a casa, enfeitei tudo de Moranguinho. No dia, sentei com ela no chão, no meio da sala, e expliquei que tudo aquilo era só para ela. Na hora da festa, ela chorou, deu um certo trabalho. Mas, no fim do dia, Natália conseguiu olhar nos meus olhos, coisa que não acontecia há muito tempo. E disse 'mamã'. Fui eu quem ganhei esse presentão de aniversário.'


As aulas na Associação são a rotina da menina e de outras 33 crianças
Crise a três
O autismo é um ácido, vai corroendo o relacionamento. Fiquei casada 21 anos com o Wagner, o pai da Natália. Ele me ajudou a construir a Associação [Associação dos Amigos da Criança Autista] e foi companheiro durante todo esse tempo. Mas, em certo momento da nossa história, o relacionamento de casal acabou. Nós nos amávamos verdadeiramente, só que o amor não resistiu ao choque causado pelo autismo de Natália. Eu insistia em procurar ajuda. Ele negava, não queria admitir que nossa filha não era normal e, nas discussões, muitas vezes me acusava, dizendo que eu era responsável pela 'depressão' dela. Era difícil ouvir aquelas coisas. Hoje entendo. Vejo que era puro desespero. Jogar a culpa no outro alivia a dor e ajuda a esconder o que não queremos ver.

Natália dormiu conosco, na mesma cama, até os 12 anos. É claro que isso interfere, separa. Éramos jovens, casados há pouco tempo, mas já não existia espaço nem energia para o sexo. Foi uma luta até que ela começasse a dormir sozinha. Ou quase. Como a maioria dos autistas, natália precisa sentir um corpo encostado nela o tempo todo e, até hoje, com 20 anos, dorme na minha antiga cama, que é king-size, com dois enormes bichos de pelúcia, o leão e o tigre, um de cada lado.'

No espelho
Até os três anos e meio, Natália passava o tempo todo só comigo. Não havia escola para minha filha. Mas, depois da festinha de aniversário, quando ela ensaiou aquela pequena reação, prometi para mim mesma que faria tudo para ajudá-la a fazer progressos. A primeira providência foi operar os olhinhos dela. Procurei um bambambã e a cirurgia foi um sucesso. Felizmente o problema era muscular, não neurológico. O dia em que tiramos o tampão e ela se viu no espelho, mesmo com os olhos ainda muito vermelhos, ela entendeu que não era mais estrábica e sorriu.'

Mania de mexer
Natália adora massa de modelar e é capaz de passar horas manuseando um pincel de barbear. Essa compulsão ligada ao tato é comum entre os autistas. Nunca interferi porque isso a acalma. Quando era pequenina, de tanto brincar com grãos de todos os tipos, arroz, feijão, ervilhas, sagu, ela acabou desenvolvendo o movimento de pinça, que é muito sofisticado para um autista.


O diagnóstico
Depois de tantos médicos famosos, foi uma psicóloga do meu convênio, chamada Ana Maria Sá Pinto Caruso, quem finalmente me disse: 'Sua filha é autista'. Disse mais. 'Você não tem culpa nenhuma por isso'. Na época, ela me deu um livro para ler, do médico Christian Gauderer, que explicava tudo. Natália estava com três anos e meio. Quando tomei consciência de que a culpa não era minha, que nada do que eu tivesse feito poderia ter provocado aquilo, recuperei a vontade de viver. Por ela e também por mim.
Comecei a estudar. Eu era uma assistente social, mas fui fazer pós-graduação em psicomotricidade, porque incluía a pedagogia, a psicologia e a neurologia. Isso me ajudou muito. Entre muitas coisas, consegui entender que Natália não poderia escrever por causa de um tremor involuntário nas extremidades. Ela aprendeu a ler, mas só escreve com letras prontas, que ela fixa em uma lousa de velcro.'


Natália lê a palavra em uma tela e escreve com as letras de um
teclado adaptado
Escola especial
A idéia da Associação surgiu quando Natália ainda era pequena. Ela chegou a freqüentar uma escola normal aos 5 anos. Todos eram carinhosos, mas, claro, ela não conseguia acompanhar. Hoje as coisas estão mudando e a inclusão orientada começa a ser uma realidade em vários lugares do Brasil. Para autistas como Natália, é difícil aceitar os limites de um ambiente. Se ela não quiser ficar dentro de uma sala de aula e alguém forçar, é bem possível que ela entre em crise e se auto-agrida.

Eu me trincava por dentro quando via as crianças da vizinhança indo para a escola com os amiguinhos... A única associação especializada que existia na época, em São Paulo, não tinha vaga. Mas eu não podia deixar minha filha crescer daquele jeito, presa dentro de casa, sem chance nenhuma.
Ela estava com 5 anos quando eu e Wagner decidimos começar com a AUMA, no quintal de casa. Publiquei um anúncio no jornal da região comunicando que a Associação tinha sido fundada. Começou a juntar gente. Pouco tempo depois, o Centro Espírita Paula de Souza nos cedeu uma sala. Ficamos lá durante uns dois anos. Não imaginei a proporção que as coisas tomariam... As pessoas começaram a me procurar e, de lá para cá, fomos crescendo, com a ajuda de muita gente. Vivemos de doações, rifas, bazares, de tudo um pouco. Hoje tenho 33 crianças, dos pequeninos aos mais velhos, como Natália. Além de mim, há 14 pessoas trabalhando lá, mais os voluntários. Sonho com a construção de um centro especializado. Quero ter certeza de que, quando eu não estiver mais aqui, a Natália vai poder viver com conforto e dignidade nesse centro.'

Para Eliana, a maior conquista de quem tem um filho especial é olhar para a vida
de outro jeito, valorizando as pequenas felicidades

Amor delicado
O autismo da Natália é brando. Ela tem deficiência mental e, quando perde o controle, pode se machucar. Mas minha filha aprendeu a ler e conseguiu muita autonomia. Ela evoluiu intelectualmente, num tempo bem maior do que uma criança normal, é claro. Voltou a falar, apesar de os neurologistas me desanimarem quando ela era pequena. Agora está aprendendo a fazer cálculos de adição e subtração. A evolução é lenta e, em algum momento, ela vai chegar ao seu limite. Ainda não chegou, então não parei de estimulá-la. Até hoje, mando ela se ajeitar quando senta, lembro que é preciso usar o guardanapo, chamo a atenção para que ela não empurre a comida com o dedo em vez de usar a faca.

Natália tem uma memória impressionante. Mas ela, assim como a grande maioria dos autistas, não é 'brilhante' como o personagem de Dustin Hoffman no filme 'Rain Man'. Na verdade, esse tipo de autismo é raro, quase todos têm retardo mental, em maior ou menor grau. Só que isso não tem nada a ver com sentimentos. Diferente do que muita gente pensa, os autistas amam, pensam e sentem. Os casos mais graves têm uma dificuldade de conexão, mas isso não quer dizer que eles não sintam também. E são todos muito carinhosos, mesmo os mais comprometidos.

Sempre tratei minha filha como uma menina normal. Nunca olhei para Natália com dó. Ela tem uma diferença, é verdade. Mas quem não tem?

Acho que uma das conquistas de quem tem um filho especial é aprender a ver tudo de outro jeito. E a reconstruir os planos de vida. Aqueles projetos, de que a filha vai ser uma estudante brilhante, ou uma modelo fotográfica, sei lá, tudo muda. Hoje fico feliz quando a Natália está ouvindo música, que ela adora, e vendo revistas. Não pude levar minha filha nas aulas de balé e dificilmente vou vê-la entrando numa igreja, vestida de noiva. Não pude viver tantas coisas que toda mãe sonha. Durante muito tempo me perguntei 'por que eu?'. Até encontrar o meu grupo de iguais. Quando conheci outras mães que viviam a mesma realidade, minha revolta se foi. Encarei meu trabalho, com a Natália e com as outras crianças, como uma missão. Acho que, de alguma forma, soube disso no dia em que ela nasceu.'

 Fonte: Marie Claire
Abraços
Daniela Bolzan

A criança Autista - Explicações importantes de profissionais - ( Daniela Bolzan)


Como identificar o autismo na infância. O autismo é um transtorno infantil que pode acontecer mais em meninos que em meninas. As habilidades de uma criança autista podem ser altas ou baixas, dependendo tanto do nível de coeficiente intelectual, como da capacidade de comunicação verbal.

Quais são as causas do autismo?

As causas do autismo ainda são desconhecidas. Mas existem algumas teorias:
1. As reações da criança autista e seu ambiente e meio social. Fala-se que o autista é assim porque não recebeu afetividade quando era pequeno. Que teve pais distantes, frios e demasiadamente intelectuais.
2. Deficiências e anormalidades cognitivas. Parece existir alguma base neurológica ainda que não esteja comprovada.
3. Certos processos bioquímicos básicos. Foi encontrado um excesso de secreção de serotonina nas plaquetas dos autistas.

Perfil de uma criança autista

Uma criança autista tem um “olhar que não olha”, mas que traspassa. No lactante, pode-se observar um balbuceio monótono do som, balbuceio tardio, e uma falta de contato com seu ambiente, assim como de uma linguagem gestual. Não segue a mãe e pode distrair-se com um objeto sem saber para que serve.
Na etapa pré-escolar se mostra estranho, não fala. Custa-lhe assumir-se e identificar aos demais. Não mostra contato de forma alguma. Podem apresentar condutas agressivas inclusive consigo mesma. Outra característica do autismo é a tendência a realizar atividades de maneira repetitiva. A criança autista pode dar voltas como um pião, fazer movimentos rítmicos com seu corpo tal como agitar os braços.
Os autistas com alto nível funcional podem repetir os comerciais de televisão ou realizar rituais complexos ao deitar-se para dormir. Na adolescência, fala-se que 1/3 dos autistas podem sofrer ataques epiléticos o qual se faz pensar em uma causa nervosa.

Um resumo dos sintomas que podem indicar que uma criança seja autista:

- Acentuada falta de reconhecimento da existência ou dos sentimentos dos demais.
- Ausência de busca de consolo em momentos de aflição.
- Ausência de capacidade de imitação.
- Ausência de relação social.
- Ausência de vias de comunicação adequadas.
- Anormalidade na comunicação não verbal.
- Ausência de atividade imaginativa, como brincar de ser adulto.
- Marcada anomalia na emissão da linguagem com afetação.
- Anomalia na forma e conteúdo da linguagem.
- Movimentos corporais estereotipados.
- Preocupação persistente por parte de objetos.
- Intensa aflição em aspectos insignificantes do ambiente.
- Insistência irracional em seguir rotinas com todos seus detalhes.
- Limitação marcada de interesses, com concentração em um interesse particular.

Existe tratamento?

A educação especial é o tratamento fundamental e pode dar-se na escola específica ou na dedicação muito individualizada. Pode-se recorrer à psicoterapia ainda que os resultados sejam escassos devido a que o déficit cognitivo e da linguagem dificultam a terapêutica. O apoio familiar é de grande utilidade. Os pais devem saber que a alteração autista não é um transtorno relacional afetivo de criança.
Deve-se considerar também o tratamento farmacológico, que deverá ser indicado por um médico especialista.

Pode-se curar o autismo?

O autismo não tem cura. É uma síndrome que definiu, em 1943, um psiquiatra de origem austríaca chamado Leo Kanner. Hoje em dia, 50 anos depois, ainda não se conhecem as causas que originam essa grave dificuldade para relacionar-se.

O que os pais devem fazer?

Os pais que suspeitam que seu filho pode ser autista, devem consultar um pediatra para que os indiquem um psiquiatra de crianças e adolescentes, que podem diagnosticar com certeza o autismo, seu nível de gravidade e determinar as medidas educacionais apropriadas. O autismo é uma enfermidade, e as crianças autistas podem ter uma incapacidade séria para toda a vida. No entanto, com o tratamento adequado, algumas crianças autistas podem desenvolver certos aspectos de independência em suas vidas.
Os pais devem animar seus filhos autistas para que desenvolvam essas habilidades que fazem uso dos seus pontos fortes de maneira que se sintam bem consigo mesmos. O psiquiatra, além de tratar a criança, pode ajudar a família a resolver o stress; por exemplo, pode ajudar aos irmãozinhos, que possam sentir-se ignorados pelo cuidado que requer a criança autista, ou que se sintam constrangidos de levarem seus amiguinhos à casa. O psiquiatra de crianças e adolescentes pode ajudar aos pais a resolverem os problemas emocionais que surjam como resultado de conviver com uma criança autista, e orientá-los de maneira que possam criar um ambiente favorável para o desenvolvimento e o ensino da criança.

Fonte; Guia Infantil.
Abraços:
Daniela Bolzan

sexta-feira, 27 de maio de 2011

O"I PAD" , um dispositivo "milagre" para o autismo.( Daniela Bolzan)




Laura Holmquist Os pais de Hudson Holmquist, um autista de 3 anos de idade, dizem que o IPAD tem sido uma tremenda ajuda lidar com a doença de seu filho. Steve Jobs, pediu-lhe um dispositivo mágico. Para os pais de crianças autistas, ele realmente poderia ser. Especialistas dizem que a Apple iPad diminui os sintomas da doença, ajudando a tratar crianças com a sobrecarga sensorial da vida - em um sentido "curar" a doença, um pai diz. Isso é o que Laura Holmquist acredita, pelo menos. Seu filho Hudson tinha 8 ou 9 colapsos violentos por dia. Certa manhã, ele começou a gritar em seu quarto - e não parou até tarde da noite. A família de oito pessoas não puderam ir a eventos públicos ou para jantar fora e teve um tempo difícil se comunicar com ele. "O IPAD tem nos dado a nossa família de volta", disse Laura FoxNews.com. "É desbloqueado, uma nova parte do nosso filho que não tinha visto antes, e deu-nos a introspecção na maneira como ele se conecta com o seu mundo." Diagnosticadas com autismo cerca de dez meses atrás, Hudson de 3 anos de idade, é construído como um caminhão e tem um sorriso desarmante. Seu irmão, Zane é aproximadamente a mesma idade (ambos são aprovados) e pode perguntar para os brinquedos e dizer frases completas, mas Hudson tem problemas de comunicação sobre as necessidades básicas. "Originalmente, nós pensamos que ele não estava falando para nós, porque ele tem quatro irmãs mais velhas e que iria ajudá-lo", disse Laura. "Ele chama a atenção para as coisas sem perguntar para eles." Um terapeuta escola sugeriu o uso do IPAD Apple, surpreendentemente, o Holmquists dizer Hudson levou para o dispositivo imediatamente. Um amigo da família usou o site Chipin.com para arrecadar fundos para um novo iPad para ele, e Hudson, agora usa o diário IPAD como uma forma de jogar, comunicar-se sobre as idéias e até mesmo fazer puzzles. Laura diz que o tablet touchscreen é um dispositivo milagre. Os peritos pesam dentro especialistas em autismo, como a Dra. Martha Herbert, professor assistente de neurologia na Harvard Medical, e Stephen Shore, que escreveu o livro "Entendendo o autismo for Dummies", concorda sobre a utilidade do iPad. O distúrbio, que afeta tantos como uma das 110 crianças em os EUA de acordo com um estudo do CDC, significa que os filhos têm "nenhum controle sobre o ritmo de informações que chega até eles", disse Herbert FoxNews.com. "Eles não estão distraídos com o contexto." Com o IPAD, disse ela, a criança tem mais controle. Shore, que lutou com o autismo como uma criança, disse que a iPad pode ser a diferença entre se comunicar com o mundo exterior e que está sendo bloqueado em um estado fechado. Curiosamente, ele diz que pode ser o primeiro de vários gadgets que realmente uma criança livre de alguns efeitos do autismo - e que os dispositivos adicionais, incluindo aquelas que aumentam a expressão, também ajuda. Mark Coppin, o Diretor de Tecnologia Assistiva na Carlsen Anne Center, em Jamestown, Dakota do Norte - que utiliza o IPAD, no âmbito dos seus programas de educação especial - disse o IPAD permite que as crianças autistas têm controle direto sobre a interface, diferentemente de um laptop que usa um teclado e um mouse. Aplicativos como Proloquo2go por AssistiveWare fornecem uma maneira para as crianças com autismo para comunicar desejos e sentimentos de uma maneira que não seria possível de outra maneira, Coppin disse. Há pelo menos três dezenas de aplicativos projetado para crianças autistas inclusive para a música ea leitura. E o próprio dispositivo suporta texto falado e outras ajudas para aqueles com necessidades especiais. Areva Martin, um advogado que virou defensor autismo que tem um filho de 13 anos com autismo, disse que uma das razões mais importantes do IPAD funciona tão bem como um dispositivo de comunicação é que ela tem um "cool factor" muito alto e não fazer a criança ficar fora. outros dispositivos de comunicação, como os R $ 7.000 - chamam a atenção DYNAVOX $ 10.000, para a criança, disse ela. Perigos do uso do IPAD? Como acontece com qualquer gadget, excesso de exposição não é uma coisa boa. Como assinala Martin, toda a criança vai recuar em outro mundo, usando um Nintendo DS ou um Xbox 360. Ela disse que os pais de qualquer criança, autistas ou não, necessidade de controlar o quanto um gadget está sendo usado, semelhante à forma como eles usam doces como recompensa ocasional. Costa explicou que há uma oportunidade para pais e professores a se envolverem mais com a forma como a criança autista usa o IPAD. Atualmente, não existem aplicativos que permitem que um pai ou professor se conectar através de Bluetooth ou Wi-Fi para iPad da criança e participar no mesmo aplicativo. Ele diz que a participação ainda é crítica, porém, para evitar que o IPAD de ser apenas uma distração da vida normal. "Ainda assim, não há problema em usar o IPAD como uma distração", disse Shore. "As pessoas utilizam BlackBerrys em aviões desse jeito o tempo todo. Claro, eles não têm colapsos quando a bateria morre! Mas com a criança autista, pode ser a única forma de se comunicar e compreender o mundo exterior. "

Fonte; Foz news.com

Abraços Azuis

Daniela Bolzan

História de Maria Auxiliadora - Uma mãe com dedicação sem limites - O AMOR ACIMA DE TUDO - (Daniela Bolzan)

A história que você irá ler, é o depoimento de uma mãe, que como o próprio nome já diz, uma mãe "auxiliadora", uma mãe que se dedica todo o tempo a seu filho demonstrando a todos que o amor de uma mãe especial é assim, puro, sincero e sem limites estando sempre em busca de um único objetivo; O SORRISO E A FELICIDADE DE SEU FILHO. Uma estrela que se destaca entre as demais, uma mãe especial como tantas que existem por esse mundo Divino criado por Deus. E que Deus carrega sempre na palma de suas mãos, dando o conforto quando precisa e enxugando suas lágrimas em momentos de dificuldades. ( Daniela Bolzan)
Me chamo Auxiliadora,tenho 39 anos sou Paraibana e estou em SÃO PAULO desde 1986 ,vim pra cá em busca de um objetivo de vida,mas o destino tratou de se encarregaR de outra forma.

Tenho um dos meus filhos que é ''deficiente '' e eu como mãe quero apenas uma coisa ...RESPEITO ! ele está sem estudar já há algum tempo aqui em cumbica,guarulhos(sp) porque a escola não tem nenhuma condição de absorve-lo...

Desde os meus 12 anos trabalhava em casa de familia para ter o que vestir,para ter um samphoo,uma calcinha pois minha familia eram em 10 irmãos então eram muitos para meus pais sustentar,se tivesse 2 pães tinha que dividir pra todos Graças a Deus todos com todas as dificuldades que sofreram são honestos.Desde que vim pra cá nunca mais vim meus pais sinto uma tristeza enorme em meu coração,pois a qualquer momento meus pais podem falecer e nunca mais irei vê-los,não conheço meus sobrinhos,nem lembro direito de meus irmãos,dia das mães todas as datas comemorativas vejo as familias reunidas e eu aqui sozinha sem ninguém só falo pelo telefone mais não é a mesma coisa quero dar um abraço bem forte na minha familia e dizer que amo todos.Em 1994 sofri uma TROMBOSE VENOSA CEREBRAL PROFUNDA fiquei 3 meses em coma,quando sai do coma fiquei com varias seqüelas não enxergava,não andava mais Deus já sabia que minha luta seria tão grande que superei tudo para esta aqui hoje lutando pelo meu filho,e ajudando muitas outras crianças.

Com 19 anos tive minha primeira filha,nasceu de parto normal foi tudo tranqüilo ,no mesmo ano em Outubro de 1992 nasceu meu segundo filho Washington Junior nasceu com PARALISIA CEREBRAL e desde da data já começou a luta em minha vida,ele nasceu prematuro de 6 meses com 1 300 muito pequeno pensei que não ia vencer mais desde cedo já se mostrou um vencedor.Tenho mais dois filhos Vitor & Gabriela são normais.
Desde de bebezinho já tive que começar a correr atrás de tratamento pra ele,a luta é grande desde aquela época até os dias de hoje ele já fez 15 cirugias para poder sair da cadeira de rodas,Segundo um medico olhou para meu filho e disse que ele não sairia nunca da cadeira de rodas,mais ele olhou para rosto do medico e disse " Você não e Deus e eu vou sair dessa cadeira de rodas sim e realmente sofreu muito mais superou essa dificuldade hoje em dia,anda sem a cadeira de rodas com dificuldades pois ainda precisa de apoio,pois ele só tem 50% da visão então tem muitas limitações,mais a cada dia ele supera mais e mais as dificuldades.Hoje com 18 anos, com um grande objetivo na vida que é ser advogado,mais infelizmente o ESTADO esta querendo evitar que meu filho realize esse sonho.

Pelas dificuldades que ele tem,entrou na escola Publica com 12 anos,mais já freqüentava uma escola especializada em cuidados especiais,graças a essa escola PRANA a AACD e primeiramente a Deus meu filho hoje tem superado muito as dificuldades do dia a dia que são muitas.Em 2004 entrou na escola João Ribeiro de Barros aqui em Cumbica onde moramos começou a estudar no ensino regular estudou da primeira a quarta serie,nessa escola só tem o ensino fundamental.
Em 2008 foi encaminhado a Escola Estadual Frederico de Barros Brotero onde começou estudar a Quinta série e esta até hoje,mais desde que entrou lá,muitos problemas vieram a acontecer,pois a escola não tem adptação,não tem ninguém para cuidar dele no período que esta na escola então tenho que parar qualquer coisa que tenho para fazer até quando estou doente tenho que esta com ele na escola pois se eu não for ele não vai,pois não pode fica sozinho na escola,pois só precisa de apoio para ir ao banheiro e na hora da merenda só para isso,pois na escola,não tem ninguém que possa fazer isso.Ele precisa de um APARELHO pois ele é ouvinte na sala não escreve com a própia mão,mais com o computador ele consegue fazer tudo,uma vez fizeram um teste e sairam mostrando pra várias pessoas e ninguem acreditou ele escreveu com a mão so saiu rabiscos e fez uma carta no computador todo mundo que viu diz que tinha sido um analfabeto na escrita e digitalizado uma pessoa com ensino medio. No ano passado ele sofreu discriminação e apanhou de um colega de classe,ficou de depressão mais só descobrimos quando ele começou a passar na psicóloga pois ele não queria mais ir a escola mais não falava o motivo pois ficava com vergonha de falar a qualquer um que fosse da familia,tivemos que trocar ele de horário,quem apanhou foi ele,quem sofreu toda conseqüências foi ele mais ninguem ver o lado de quem sofreu um situação dessas o aluno que o agrediu continuou na mesma sala e ele que teve que se adapta as novos coleguinhas e a outro horário.E a professora que o discriminou chamou ele de aleijado para 40 alunos ouvirem e nada foi feito.Esse ano falaram que ia ter monitor ou um cuidador com curso de enfermagem para cuidar dele,mais já estamos quase na metade do ano e nada foi feito ainda.


Estou doente há 3 semanas e ele não comparece a escola,eu sofro em ver ele em casa sem pode estudar se eu morrer meu filho não pode concluir os estudos pois não tem cuidador só para fazer uma coisa tão simples.
Parei minha vida totalmente, todo meu tempo é voltado para ele não trabalho, não estudo mais pois tinha voltado, mais faço isso com amor pois é pro meu filho mas já chego bem cansada da escola dele e fora os dias que tem fisioterapia, minha renda é só o beneficio dele do governo e saláriio do pai dele mais como somos em 6 sempre tem as dificuldades.
Quando estou com menos cansaço vou ao ceagesp fazer trabalho social trago verduras,legumes e frutas para pessoal da comunidade onde moro isso e prazeroso pra mim,ajudar outras pessoas que precisam aquilo que pode ser lixo para um supermercado alimenta varias pessoas.

Estou enviando fotos que comprovam a falta de adaptação na escola,os aparelhos que ele precisa e o trabalho que faço.

* Quem quiser oferecer algum tipo de ajuda à Auxiliadora e seu Filho, entrem em contato pelo e-mail (danny_bolzan@hotmail) que encaminharei o telefone dela.  Agradeço de coração. Deus sempre abençoa aquele filho que ajuda quem necessita de apoio e carinho com a sua imensa bondade.. Obrigada.

Fonte: Agradecimentos ao amigo Edson Xavier que foi através dele que essa história chegou até este Blog. ( www.ligeirinhodoradio.com)
Abraços ;
Daniela Bolzan
(danny_bolzan@hotmail.com)

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Estímulo à criança Autista - Teorias e Exercícios em Psicomotricidade ( Daniela Bolzan)


ESQUEMA CORPORAL

Conhecimento intuitivo imediato que a criança tem do próprio corpo, conhecimento capaz de gerar as possibilidades de atuação da criança sobre as partes do seu corpo, sobre o mundo exterior e sobre os objetos que a cercam.

Exercício 1 : Reconhecendo as partes essenciais do corpo - O profissional diz os nomes das seguintes partes do corpo: cabeça, peito, barriga, braços, pernas, pés, explorando uma parte por vez. A criança mostra em si mesma a parte mencionada pelo profissional, respeitando o nome que designa. Primeiramente o trabalho deverá ser realizado de olhos abertos, e a seguir de olhos fechados.
Olhos abertos: Aprendizado.
Olhos fechados: Quando dominar as partes do corpo.

Exercício 2: A criança deverá reconhecer também as partes do rosto: nariz, olhos, boca, queixo, sombrancelhas, cílios, trabalhar também com os dedos com a mão apoiada sobre a mesa a criança deverá apresentar o pulso, o dedo maior e o dedo menor, os nomes dos dedos são ensinados a criança pedindo que ela levante um a um dizendo os respectivos nomes dos dedos.

Exercício 3: Trabalhar com os olhos - Em pé ou sentado a criança acompanha com os olhos sem mexer a cabeça, a trajetória de um objeto que se desloca no espaço.

Exercício 4: Sentir os rins - Deitada com as pernas estendidas e as mãos sobre os rins a criança dobra os joelhos e encosta-os no peito. Comentar com a criança que a parte do corpo que se apoia com força sobre suas mãos chama-se rins.

Exercício 5: Automatizando a noção de direita e esquerda
Conhecendo a direita e a esquerda do próprio corpo mostrar a criança qual é a sua mão direita e qual é a sua mão esquerda. Dominando este conceito, realizar o exercício em etapas:
- fechar com força a mão direita;
- depois a esquerda;
- Levantar o braço direito;
- depois o esquerdo;
- bater o pé esquerdo;
- depois o direito;
- mostrar o olho direito;
- depois o esquerdo;
- mostrar a orelha direita;
- depois a esquerda;
- levantar a perna esquerda;
- depois a direita.
Trabalhar com os olhos abertos, e quando a criança estiver dominando o exercício trabalhar com os olhos fechados.

Exercício 6: Localizando elementos na sala de aula. A criança deverá dizer de que lado está a porta, a janela, a mesa da sala de aula, etc. em relação a si mesma. Durante a realização do exercício, não deixar a criança cruzar os braços, pois isso dificulta sua orientação espacial.


COORDENAÇÃO ÓCULO-MANUAL

A finalidade dos exercícios de coordenação óculo-manual têm como finalidade o domínio do campo visual, associada a motricidade fina das mãos.
Exercício - Realizar este jogo em duas etapas:
A criança bate a bola no chão, apanhando-a inicialmente com as duas mãos, e depois ora com a mão direita, ora com a mão esquerda. No início a criança deverá trabalhar livremente. Numa segunda etapa o professor determinará previamente com qual das mãos a criança deverá apanhar a bola.
A criança joga a bola para o alto com as duas mãos, apanhando-a com as duas mãos também. Em seguida, joga a bola para o alto com uma só mão, apanhando-a com uma só mão também.
Variar o uso das mãos. Ora com a direita ora com a esquerda.
Jogo de Pontaria no Chão - Desenhar um círculo no chão ou utilizar um arco. As crianças deverão jogar a bola dentro do círculo. Aumentar gradativametne a distância. Variar jogando a bola na frente, atrás, do lado esquerdo, do lado direito do círculo.


COORDENAÇÃO DINÂMICA GERAL

Estes exercícios possuem a função de equilíbrio que é a base essencial da coordenação dinâmica geral que possuem a finalidade de melhorar o comando nervoso, a precisão motora e o controle global dos deslocamentos do corpo no tempo e no espaço. Constituem-se de exercícios de marchas e saltos. Apresentamos exercícios em que a criança a nível de experiências vividas, manipula conceitos espaciais importantes para o seu preparo para a alfabetização.
Os conceitos espaciais: direita, esquerda, atrás, na frente, entre, perto, longe, maior, menor; são vivenciados através de movimentos específicos. A partir daí propomos exercícios com maior intensidade. Se coloca a medição de um raciocínio, de uma reflexão sobre os dados vivenciados no primeiro nível. Dessa forma permite a criança passar para a etapa de estruturação temporal requerida para o aprendizado da leitura e da escrita.

Exercício: Andando, saltando e equilibrando-se.
1. Andando de cabeça erguida
A criança anda com um objeto sobre a cabeça ( pode ser um livro de capa dura). Dominada esta etapa a criança para, levanta uma perna formando um angulo de noventa graus e coloca-se lentamente no chão. O mesmo trabalho deverá ser feito com a outra perna.
2. Quem alcança ?
O professor segura um objeto a uma determinada altura (pode ser um lápis, uma bola ) a criança deverá saltar para alcança-lo . Inicialmente fazer o exercício em pé, depois de cócoras.


MOTRICIDADE FINA DAS MÃOS E DOS DEDOS

Os exercícios de motricidade fina são muito importantes para a criança, na medida em que educam é gesto requerido para a escrita, evitando a apreensão e a prisão inadequados que tanto prejudicam o grafismo, tornando o ato de escrever uma experiência aversiva a criança.

CUIDANDO DAS MÃOS

Exercício de Motricidade Fina :
Trabalhando só com os braços - Este exercício tem como objetivo desenvolver a independência segmentar do braço em relação ao tronco, o que beneficia e facilita o trabalho da mão no ato de escrever. Apresentamos uma série de gráficos (traçados) que o professor deverá reproduzir em tamanho grande no quadro de giz ou programá-los em cartões. As crianças por sua vez deverão reproduzí-los com gestos executados no ar.

AMASSANDO A MASSA

Fazendo Bolas de Massa - O professor distribui a classe bolas de massa de tamanhos variados (usar massa para modelar) sentada, com o cotovelo apoiado sobre a carteira, a mão para o alto, a criança aperta as bolas de massa com força, amassando-as. Orientar a criança para que trabalhe com dois dedos por vez. Trabalhar primeiro uma das mãos, depois com a outra e, finalmente, com as duas juntas.
Fazendo as bolas de massa - Realizar o mesmo trabalho do exercício anterior, neste caso, porém a massa é apresentada em forma de disco, com a qual a criança deverá fazer uma bola.

ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO TEMPORAL

Esse mediador trabalha com noções importantes para o aprendizado da escrita e particularmente da leitura, favorecem o desenvolvimento da atuação da memória. A estruturação temporal fornecerá as possibilidades de alfabetizar-se.
Exercício: Reproduzindo ritmos com as mãos. O professor executa um determinado ritmo, seguindo algumas estruturas rítmicas (.. ... ...) por exemplo, batendo a mão sobre a carteira, durante um certo tempo, a criança apenas escuta, depois reproduz o rítmico executado pelo professor, batendo a mão sobre a carteira também. Variar o ritmo. Lento, normal e rápido.

Fazer o exercício inicialmente com os olhos abertos e em seguida, de olhos fechados.


EXERCÍCIO DE ORGANIZAÇÃO E ESTRUTURAÇÃO ESPACIAL

Deslocando um objeto no espaço, a criança coloca um objeto qualquer ora a sua frente, ora atrás, ora a direita, ora a esquerda, segundo o comando do professor.

Fonte: Universo Autista

Abraços
Daniela Bolzan

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Tratamentos Biomédicos para Autistas - ( Daniela Bolzan)


Entre os tratamentos biomédicos, temos observado que as dietas orgânicas, dietas isentas de glúten e caseína, dietas dos carboidratos específicos podem ter como efeitos desde a melhora de problemas relacionados à digestão e sono, até o aumento de concentração, maior interatividade social, e maximização da linguagem.
Diversas crianças dentro do espectro apresentam dificuldades gastro-intestinais como a constipação crônica ou a diarréia, inchaço ou desconforto. Muitas crianças também são sensíveis ou alérgicas a diversas comidas e substâncias. Uma grande parcela das crianças com autismo apresenta intolerância ao glúten (proteína encontrada em grãos como o trigo e a aveia) e à caseína (proteína presente no leite e laticínios). O sistema digestivo destas crianças apresenta dificuldade para digerir estas duas complexas proteínas – que acabam escapando para a corrente sanguínea como peptídios. A estrutura molecular destes peptídios lembra a dos opiáceos (por exemplo, a heroína e morfina) e parece afetar o cérebro de forma similar aos narcóticos. Crianças com intolerância ao glúten e à caseína costumam “viciar-se” em alimentos que possuem estas proteínas. Na verdade, algumas crianças não aceitam comer nada a não ser alimentos que contenham glúten e caseína, presas então em um ciclo de dependência bioquímica. A dieta isenta de glúten e caseína permite que a criança libere-se deste ciclo e interrompa a corrente de substâncias similares às opiáceas para seus cérebros. Também possibilita a implementação de uma dieta mais variada e nutritiva que beneficie a saúde e o desenvolvimento global.

É nossa recomendação que todas as crianças com autismo sejam pelo menos testadas para identificar possíveis sensibilidades a alimentos. Não se desmotive caso sua criança não aceite facilmente novos alimentos. Nós já passamos por este processo com centenas de famílias. Com persistência, você pode inspirar sua criança a comer novos e variados alimentos.

Muitos pais que escolhem adotar uma dieta isenta de glúten e caseína são guiados por médicos que seguem as orientações de um protocolo da organização americana DAN! (Derrote o Autismo Agora!), assim como o protocolo da médica americana Dra. Amy Yasko. Muitas famílias têm relatado excelentes resultados também com dietas orgânicas, a dieta dos carboidratos específicos, acupuntura, homeopatia.

Quando diversos tratamentos são oferecidos simultaneamente para uma criança com autismo, torna-se impossível avaliar com precisão o impacto de cada abordagem. Em nossa experiência de trabalho com famílias que utilizaram ao mesmo tempo o Programa Son-Rise e dietas especiais e/ou protocolos individualizados, observamos em muitas crianças um progresso dramático que parecia ser relacionado diretamente à dieta ou ao protocolo. Em outros casos, vimos crianças fazerem progressos, mas sem a possibilidade de determinarmos se o progresso devia-se à dieta/protocolo biomédico, ao Programa Son-Rise, ou a ambos.

Fonte: Inspirados pelo autismo
Abraços
Daniela Bolzan

sábado, 14 de maio de 2011

Estudo desvenda diferenças no cérebro de crianças autistas - ( Daniela Bolzan)



As crianças autistas possuem mais matéria cinzenta do que as outras crianças nas áreas do cérebro que serão responsáveis pelo processamento social e pela aprendizagem através da observação. As conclusões resultam de um estudo divulgado hoje, em Chicago, durante o encontro anual da Radiological Society of North America.
As diferenças existem e foi possível observá-las com recurso a técnicas de imagiologia. “Os resultados apontam para a possibilidade da incapacidade de relacionamento das crianças autistas ser o resultado de um funcionamento anormal do sistema neurológico”, refere Manzar Ashtari, autor principal do estudo que trabalha num hospital pediátrico norte-americano (Children’s Hospital of Philadelphia).

Tudo estará relacionado com os chamados neurónios espelho, que são activados quando um indivíduo está a praticar uma acção ou a experimentar uma sensação ou emoção ou ainda quando observamos estes comportamentos nos outros. O estudo revelado ontem mostrará que as crianças autistas têm mais matéria cinzenta nas regiões dos lóbulos parietais que são implicados no sistema dos neurónios espelho.
O estudo envolveu 13 doentes do sexo masculino diagnosticados com autismo ou Síndrome de Asperger e com um QI (Quociente de Inteligência) superior a 70. Foi usado também um grupo de controlo com 12 adolescentes saudáveis, sendo que a idade média dos participantes rondava os 11 anos. Todos os sujeitos foram observados com uma técnica que permite visualizar o movimento das moléculas de água no cérebro. Esta técnica é vulgarmente utilizada para estudar a matéria branca no cérebro, bem como as fibras mas foi adaptada para incidir sobre as áreas de matéria cinzenta de forma a analisar alterações de volume.
Além das diferenças nas áreas de matéria cinzenta associadas aos neurónios espelho, os resultados do estudo revelaram que o aumento da camada no lóbulo parietal estava relacionado com os QI mais elevados no grupo de controlo mas não nas crianças autistas. “Nos cérebros das crianças normais, a maior quantidade de matéria cinzenta está associada a QI mais elevado mas nos cérebros das crianças autistas esta correspondência não se verifica porque a matéria cinzenta não funciona adequadamente”. As crianças autistas também mostravam uma redução significativa de matéria cinzenta na região da amígdala direita que explicará a profunda inaptidão social.
Mais estudos
A equipa de investigadores acredita que este mapeamento do cérebro será capaz de contribuir de forma significativa para a compreensão dos problemas das crianças autistas, sobretudo da percepção da estrutura e funcionamento cerebral. Ainda assim, o investigador principal admite que serão necessários mais estudos para conseguir compreender como funciona um cérebro de uma criança autista. “Se cada vez mais pessoas provarem que os neurónios espelho em geral estão envolvidos no cérebro de uma criança com autismo, será possível ter pessoas a pensar em formas de os fortalecer e dos os colocar a funcionar normalmente”, defende Manzar Ashtari.

As estimativas mais recentes da prevalência em Portugal apontam para uma criança afectada em cada mil. Em Março deste ano foi anunciada a participação de um grupo de investigadores portugueses no consórcio internacional Autism Genome Project, que visa identificar os factores genéticos relacionados com o autismo recorrendo a análise do genoma de milhares de famílias afectadas nos Estados Unidos e na Europa.
A equipe portuguesa inclui especialistas do Instituto Nacional de Saúde (INSA) Ricardo Jorge, do Hospital Pediátrico de Coimbra e do Instituto Gulbenkian da Ciência.
Durante os próximos três anos, o consórcio internacional previa investir mais 11,2 milhões de euros na análise do genoma para “identificar as alterações genéticas que levam a um aumento de susceptibilidade para o autismo”. Numa investigação premiada em 2005 [Prémio Pfizer de Investigação Clínica], os especialistas portugueses quiseram caracterizar a epidemiologia do autismo em Portugal concluindo que a prevalência nas crianças em idade escolar é 0,92 por cada mil crianças no Continente e de 1,56 por cada mil alunos nos Açores, com predomínio no sexo masculino.
Fonte: Federação Portuguesa de Autismo
abraços
Daniela Bolzan

sexta-feira, 13 de maio de 2011

Uma importante explicação sobre o Autismo. ( Daniela Bolzan)


AUTISMO
"É hoje geralmente aceite que as perturbações incluídas no espectro do autismo, Perturbações Globais do Desenvolvimento nos sistemas de classificação correntes internacionais, são perturbações neuropsiquiátricas que apresentam uma grande variedade de expressões clínicas e resultam de disfunções do desenvolvimento do sistema nervoso central multifactoriais " (Descrição do Autismo, Autism-Europe, 2000).

O autismo é uma perturbação global do desenvolvimento infantil que se prolonga por toda a vida e evolui com a idade. O bebê com autismo apresenta determinadas características diferentes dos outros bebês da sua idade. Pode mostrar indiferença pelas pessoas e pelo ambiente, pode ter medo de objetos. Por vezes tem problemas de alimentação e de sono. Pode chorar muito sem razão aparente ou, pelo contrário, pode nunca chorar.

Quando começa a gatinhar pode fazer movimentos repetitivos (bater palmas, rodar objetos, mover a cabeça de um lado para o outro). Ao brincar, não utiliza o jogo social nem o jogo de faz de conta. Ou seja, não interage com os outros, pode não dar resposta aos desafios ou às brincadeiras que lhe fazem. Não utiliza os brinquedos na sua função própria. Um carro pode ser um instrumento de arremesso e não um carro para rodar no caminho. Uma boneca pode servir para desmanchar e partir mas não para embalar.

Dos 2 aos 5 anos de idade o comportamento autista tende a tornar-se mais óbvio. A criança não fala ou ao falar, utiliza a ecolalia ou inverte os pronomes. Há crianças que falam corretamente mas não utilizam a linguagem na sua função comunicativa, continuando a mostrar problemas na interação social e nos interesses.

Os adolescentes juntam às características do autismo os problemas da adolescência. Podem melhorar as relações sociais e o comportamento ou, pelo contrário, podem voltar a fazer birras, mostrar auto-agressividade ou agressividade para com as outras pessoas.

Os adultos com autismo tendem a ficar mais estáveis se são mais competentes. Pelo contrário, os menos competentes, com QI baixo, continuam a mostrar características de autismo e não conseguem viver com independência.

As pessoas idosas com autismo têm os problemas de saúde das pessoas idosas acrescidos das dificuldades de os comunicarem. Os problemas de comportamento podem por isso sofrer um agravamento. Além disso, perdem muitas vezes o gosto pelo exercício físico e têm menor motivação para praticar desporto, o que não contribui para melhorar a sua qualidade de vida. Por outro lado, o seu comportamento pode tender a estabilizar-se com a idade.

Características do autismo

Sempre existiram pessoas com autismo mas o autismo foi identificado cientificamente "Autistic Disturbances of Affective Contact" no qual descrevia o estudo de caso de 11 crianças com um síndro e pela primeira vez em 1943 por Leo Kanner, pedopsiquiatra austríaco radicado nos Estados Unidos da América que publicou um artigo ma ao qual ele dava o nome de Autismo (do grego autos que significa próprio). Justamente as características que ele definiu para as crianças desse grupo eram:
  • Um profundo afastamento autista
  • Um desejo autista pela conservação da semelhança
  • Uma boa capacidade de memorização mecânica
  • Expressão inteligente e ausente
  • Mutismo ou linguagem sem intenção comunicativa efetiva
  • Hipersensibilidade aos estímulos
  • Relação estranha e obsessiva com objetos
Mais tarde, a partir de posteriores estudos, mencionou a ecolalia, "fala de papagaio", linguagem extremamente literal, uso estranho da negativa, inversão pronominal e outras perturbações da linguagem (Kanner, J.,1946)

Um ano depois de Kanner ter publicado o seu artigo, em 1944, um pediatra austríaco Hans Asperger, publicava um artigo, em alemão "Die Autistischen Psychopathen im Kindesalter" no qual descrevia um grupo de crianças com características muito semelhantes às de Kanner, chamando igualmente "Autismo" ao síndroma. É interessante saber que nenhum deles conhecia a obra do outro. O artigo de Asperger só foi traduzido para inglês em 1991 (Frith, 1991a).

Embora as características dos indivíduos fossem semelhantes, havia um grupo reconhecido por Asperger com picos de inteligência e linguagem desenvolvida. Daí, hoje as crianças com essas características serem diagnosticadas como tendo o síndrome de Ásperger.
Lorna Wing (1981) definiu o síndrome de Asperger com seis critérios de diagnóstico:

1. Linguagem correta mas pedante, estereotipada
2. Comunicação não verbal - voz monótona, pouca expressão facial, gestos inadequados
3. Interação social não recíproca, com falta de empatia
4. Resistência à mudança - Preferência por atividades repetitivas
5. Coordenação motora - postura incorreta, movimentos desastrados, por vezes estereotipias
6. Capacidades e interesses - Boa memória mecânica, interesses especiais circunscritos.
Apesar das competências dos indivíduos com síndrome de Asperger, eles têm igualmente grandes problemas com a interação social recíproca, com a comunicação funcional, embora falem com propriedade e com o comportamento e rigidez de pensamento.

Hoje o síndrome de Asperger tem uma classificação separada do autismo no DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais).

A noção de um espectro de perturbações autísticas baseado na tríade de perturbações apresentada por Lorna Wing é importante para a educação e cuidados das crianças com autismo ou outras perturbações globais do desenvolvimento.


A Tríade de Perturbações no autismo
As pessoas com autismo têm três grandes grupos de perturbações. Segundo Lorna Wing (Wing & Gould,1979), a partir de uma investigação feita em Camberwell, a tríade de perturbações no autismo manifesta-se em três domínios: social, linguagem e comunicação, pensamento e comportamento.

Domínio social: o desenvolvimento social é perturbado, diferente dos padrões habituais, especialmente o desenvolvimento interpessoal. A criança com autismo pode isolar-se mas pode também interagir de forma estranha, fora dos padrões habituais.

Domínio da linguagem e comunicação: a comunicação, tanto verbal como não verbal é deficiente e desviada doa padrões habituais. A linguagem pode ter desvios semânticos e pragmáticos. Muitas pessoas com autismo (estima-se que cerca de 50%) não desenvolvem linguagem durante toda a vida.

Domínio do pensamento e do comportamento: rigidez do pensamento e do comportamento, fraca imaginação social. Comportamentos ritualistas e obsessivos, dependência em rotinas, atraso intelectual e ausência de jogo imaginativo.

O diagnóstico do autismo é hoje efetuado a partir das características definidas no DSMIV- TR

Causas do autismo
Uma das primeiras perguntas que os pais ou os profissionais fazem é:

Quais são as causas do autismo?
Nos anos 40 e 50 acreditava-se que a causa do autismo residia nos problemas de interação da criança com os pais. Várias teorias sem base científica e de inspiração psicanalítica culpabilizavam os pais, em especial as mães, por não saberem dar respostas afetivas aos seus filhos. Esse período foi dramático e levou algumas mães a tratamento psiquiátrico e em extremo, ao suicídio.

A partir dos anos 60, a investigação científica, baseada sobretudo em estudos de casos de gêmeos e nas doenças genéticas associadas ao autismo (X Frágil, esclerose tuberosa, fenilcetonúria, neurofibromatose, diversas anomalias cromossômicas) mostrou a existência de um fator genético multifatorial e de diversas causas orgânicas relacionadas com a sua origem. Estas causas são diversas e refletem a diversidade das pessoas com autismo.
  • Parece haver genes candidatos, ou seja uma predisposição para o autismo o que explica a incidência de casos de autismo nos filhos de um mesmo casal. É possível existirem fatores hereditários com uma contribuição genética complexa e multidimensional.
Alguns fatores pré natais (ex.rubéola materna, hipertiroidismo) e peri natais (ex.prematuridade, baixo peso ao nascer, infecções graves neonatais, traumatismo de parto) podem ter grande influência no aparecimento das perturbações do espectro do autismo.

  • Há uma grande incidência de epilepsia na população autista (26 a 47%) enquanto na população em geral a incidência é de cerca de 0,5%.

  • Há também estudos post mortem em curso sobre as anomalias nas estruturas (cerebelo, hipocampus, amígdala) e funções cerebrais das pessoas com autismo.
É necessário continuar a desenvolver a investigação sobre o autismo e, embora haja muitos estudos em curso, ignoramos qual o seu impacto no futuro das crianças e jovens com autismo.

Há contudo, neste momento uma conclusão importante que reúne o consenso da comunidade científica:

Não há ligação causal entre atitudes e acções dos pais e o aparecimento das perturbações do espectro autista. As pessoas com autismo podem nascer em qualquer país ou cultura e o autismo é independente da raça, da classe social ou da educação parental.


Prevalência do autismo
Há mais rapazes do que raparigas com autismo. A sua proporção é de 4 a 5 para 1.

Haverá presentemente mais pessoas autistas do que há 20 anos?

Estudos recentes relatam grande aumento de incidência.

De acordo com estudos feitos por Eric Fombonne no Canadá (2003):

Para uma população de 10.000 pessoas há 10 pessoas com autismo e 2,5 com síndroma de Asperger. Na mesma população há 30 pessoas com perturbações globais do desenvolvimento no quadro do autismo. Estudos desenvolvidos em Portugal (Oliveira, G et al., 2006) apontam para números semelhantes. Este aumento será real ou devido a mudança de critérios de inclusão?

Maior abrangência do diagnóstico?

Existência de profissionais mais conscientes da existência do autismo?


DSM IV- TR (Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais)

As características essenciais da Perturbação Autística são a presença de um desenvolvimento acentuadamente anormal ou deficitário da interação e comunicação social e um repertório acentuadamente restritivo de atividades e interesses.

A perturbação pode manifestar-se antes dos 3 anos de idade por um atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas: interação social, linguagem usada na comunicação social, jogo simbólico ou imaginativo (critério B). Não existe tipicamente um período de desenvolvimento normal, embora em cerca de 20% dos casos os pais tenham descrito um desenvolvimento relativamente normal durante um ou dois anos. Nestes casos, os pais referem uma regressão no desenvolvimento da linguagem, geralmente manifestada por uma paragem da fala depois de a criança ter adquirido 5 a 10 palavras.

Por definição, se existe um período de desenvolvimento normal, este não pode estender-se para além dos 3 anos de idade. A perturbação não é melhor explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância (critério C).

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO PARA PERTURBAÇÃO AUTISTICA
A. Um total de seis (ou mais) itens de (1) (2) e (3), com pelo menos dois de (1), e um de (2) e de (3).

(1) déficit qualitativo na interação social, manifestado pelo menos por duas das seguintes características:

(a) acentuado déficit  no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como contacto ocular, expressão fácil, postura corporal e gestos reguladores da interação social;

(b) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento;

(c) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres, interesses ou objetivos (por exemplo; não mostrar, trazer ou indicar objetos de interesse);

(d) falta de reciprocidade social ou emocional;

(2) déficit  qualitativos na comunicação, manifestados pelo menos por uma das seguintes características:

(a) atraso ou ausência total de desenvolvimento da linguagem oral (não acompanhada de tentativas para compensar através de modos alternativos de comunicação, tais como gestos ou mímica);

(b) nos sujeitos com um discurso adequado, uma acentuada incapacidade na competência para iniciar ou manter uma conversação com os outros;

(c) uso estereotipado ou repetitivo da linguagem ou linguagem idiossincrática;

(d) ausência de jogo realista espontâneo, variado, ou de jogo social imitativo adequado ao nível de desenvolvimento;

(3) padrões de comportamento, interesses e atividades restritos, repetitivos e estereotipados, que se manifestam pelo menos por ma das seguintes características:

(a) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no objetivo;

(b) adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais específicos, não funcionais;

(c) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo);

(d) preocupação persistente com partes de objetos.

B. Atraso ou funcionamento anormal em pelo menos uma das seguintes áreas, com início antes dos três anos de idade: (1) interacção social, (2) linguagem usada na comunicação social (3), jogo simbólico ou imaginativo.

C. A perturbação não é melhor explicada pela presença de uma Perturbação de Rett ou Perturbação Desintegrativa da Segunda Infância.

DSM-IV-TR, Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais, 4ª ed., Texto Revisto, Lisboa, Climepsi Editores, 2002

CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DE ASPERGER, DSM IV (1994)

A. Déficit qualitativo na interacção social, manifestado pelo menos por duas das seguintes características:

(1) acentuado défice no uso de múltiplos comportamentos não verbais, tais como contacto ocular, expressão fácil, postura corporal e gestos reguladores da interacção social;

(2) incapacidade para desenvolver relações com os companheiros, adequadas ao nível de desenvolvimento;

(3) ausência da tendência espontânea para partilhar com os outros prazeres, interesses ou objectivos (por exemplo; não mostrar, trazer ou indicar objectos de interesse); ausência de jogo realista espontâneo, variado, ou de jogo social imitativo adequado ao

B.Padrões de comportamento, interesses e actividades, estereotipados,repetitivos e restritos, que se manifestam pelo menos por uma das seguintes características:

(1) preocupação absorvente por um ou mais padrões estereotipados e restritivos de interesses que resultam anormais, quer na intensidade quer no objectivo;

(2) adesão, aparentemente inflexível, a rotinas ou rituais específicos, não funcionais;

(3) maneirismos motores estereotipados e repetitivos (por exemplo, sacudir ou rodar as mãos ou dedos ou movimentos complexos de todo o corpo);

(4) preocupação persistente com partes de objectos.

C.A perturbação implica alterações clinicamente significativas nas áreas de funcionamento social, ocupacional e outras.

D. Não existe atraso clinicamente significativo da linguagem(por exemplo, aos dois anos são utilizadas palavras simples e aos três anos são utilizadas frases comunicativas).

E. Não se regista atraso clinicamente significativo do desenvolvimento cognitivo, da autonomia, do comportamento adaptativo (à excepção da interacção social) ou ainda da curiosidade pelo ambiente da infância.

F. Não são preenchidos os critérios de outras Perturbações Globais do Desenvolvimento ou de Esquizofrenia.

Fonte: Federação Portuguesa de Autismo.
Abraços
Daniela Bolzan

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Temple Grandin fala sobre como é o pensamento de um Autista ( Daniela Bolzan)

Temple Grandin, diagnosticada com Autismo na infância nos explica como é o pensamento de um Autista...Como ela pensa e compreende as  coisas por imagens. O visual é o mais importante para Autistas.
Confira.!.

Parte 1

Parte 2

Vale a pena assistir, Muitas dúvidas que você, pais ou familiares de Autistas não conseguiram até hoje entender, garanto que vão se esclarecer...
Assista.. Vale a pena...
Ela fala meio rápido kkkkk  , mas nada que não dê para acompamhar...
Abraços Azuis
Daniela Bolzan