quinta-feira, 9 de junho de 2011

Inclusão - Uma História emocionante - Um exemplo de como é importante incluir nossos Autistas na sociedade - Escrito por Janete Carvalho, Mãe do Thierry - Autista lindo. ( Daniela Bolzan)



A cada dia aprendemos um pouco mais sobre o que é criar um filho autista... estamos passando por um momento muito importante da nossa sociedade, onde a inclusão e o preconceito andam paralelos, as vezes até de mão dadas.... as pessoas estão atentas aos "deficientes" por as incidências serem cada vez maiores... a sociedade está se dividindo claramente entre os bons e maus... os bons, estão procurando compreender o que está acontecendo com nossas crianças. Mesmo não vivendo a realidade dos pais de crianças especiais, estão se dedicando, aceitando e se esforçando para entendê-las ( professores, médicos, parentes, amigos, vizinhos, etc.); Mesmo ainda existindo o medo pelo desconhecido (pensam:"Deus, eu não quero que isso aconteça comigo! eu não conseguiria), os bons estão se superando a cada dia!
Os maus, ignoram, preconceitualizam, rotulam, menosprezam, debocham daqueles que não podem se defender sozinhos... dentro da mais profunda ignorância e humanidade, discriminam claramente e faz com que a humanidade retroceda a estaca zero no que diz respeito à  civilização, ao bom senso, a fé cristã e principalmente ao AMOR.
Houve uma matéria postada neste Blog que serviu de exemplo para mim, uma matéria sobre a inclusão dos autistas na escola regular que diz que quando o autista completa seu 6, 7, 8 anos os pais acabam por serem convidados a retirar seus filhos das escolas...??? pensei muito nisso na época, pois nossos pequenos ainda estão na educação infantil e fiquei pensando que esse dia ainda iria chegar... pois chegou.... esse ano de 2011 o Thierry passou do maternal para o nível I. Mesmo não acompanhando a turma ( atividades pedagógicas) ele sempre se deu muito bem com as outras crianças participando de todas as brincadeiras, atividades dirigidas, festa, tudo... Esse ano notei que o Thierry estava muito triste quando ia para escola; chorava ao entrar na sala, ficava muito ansioso para ir embora, ficou triste em casa, perdeu o contato visual até comigo, parou de brincar com outras crianças e com o irmão e começou a ficar agressivo com outras crianças. Comecei a perceber que a causa vinha da escola! Como trabalho num prédio ao lado a escola, pude reparar que o Thierry estava sendo excluído de todas as atividades... certo dia ao conversar com a professora ( e ela apontar apenas os pontos negativos, não apenas dele mas da turminha toda) percebi que Thierry entrava na sala de aula e estava condicionado a sentar-se num colchão num canto isolado da classe e ficar ali abraçadinho com sua mochilinha ( assim ele dava "paz" para seus cuidadores)... Meu coração partiu em mais de mil pedaços... Chorei muito...Descobri que todos faziam atividades em casa (tarefinhas) e raramente era mandado para o Thierry. Teve um dia que ele chegou a fazer coco na roupa na sala de aula (coisa que já não fazia desde os 3 anos)...Enfim, ele estava sendo muito discriminado. Conversei com meu esposo e resolvemos falar com a direção da escola sobre todos os acontecimentos (senti medo, pois temendo que eles pedissem que tirassem o Thierry da escola, ou que eu fosse demitida, pois sou funcionária em um prédio da mesma empresa, mas não poderia negligenciar meu filho e graças a Deus foi tudo diferente) A diretora, me ouviu e me falou que eles já haviam diagnosticado o problema e que não era apenas pela conduta com o Thierry mas por diversos outros fatores e queixas de outras mães.  A escola trocou a professora e no outro dia o comportamento do Thierry mudou. Ele está maravilhoso, voltou a nos encarar, brincar e cantarolar o dia inteiro (papapa pepepe gagaga bababab iaiaiaiai ue ue ue!) lindo !! A nova professora parece um anjo e trata-o como os outros amiguinhos!
Ele está cobrindo  pontilhados da letrinha E e do número 2, na forma correta, com as voltinhas e tudo... e está dançando a música "ai bota aqui, ai bota aqui o seu pezinho", com mãozinha na cintura e tudo...
A minha mensagem para outras mães  é que não tenham medo e não sejam negligentes, pois somos a voz que fala por eles.... arrisquem, denunciem, tentem acabar com situações preconceituosas... Claro que devemos ter a lucidez de não querer que a escola ou os profissionais façam milagres com nossos autistas, mas devemos exigir respeito e amor.. o que eu disse a diretora: "EU NÃO QUERO QUE O THIERRY SAIA DAQUI UM GENIO, QUE SAIBA A LER E A ESCREVER FLUENTEMENTE.. QUERO APENAS QUE ELE CONSIGA BRINCAR COM OUTRAS CRIANÇAS, QUE SE SINTA AMADO COMO ELE AMA TODOS A SUA VOLTA, QUE SEJA COMPREENDIDO COMO SE ESFORÇA IMENSAMENTE PARA COMPREENDER AS PESSOAS A SUA VOLTA, TÃO DESIGUAIS A ELE... EU NÃO PEÇO O IMPOSSIVEL, PEÇO O POSSIVEL PARA QUALQUER BOM PROFISSIONAL, O POSSIVEL PARA QUALQUER PESSOA QUE SAIBA AMAR SEM SELECIONAR A QUEM DEVE AMAR" .
VEJA AS FOTOS DAS ATIVIDADES DO THIERRY.... ELE NÃO CONSEGUIA SEGURAR UM LÁPIS, NÃO TINHA FORÇAS NEM COORDENAÇÃO MOTORA NAS MÃOS... AGORA VEJA!
ESSAS ATIVIDADES FORAM DIRIGIDAS (P OR JANETE OU PELA PROFESSORA), MAS ELE AS REALIZOU SOZINHO, SEM QUE SEGURÁSSEMOS EM SUAS MÃOZINHAS....
NOSSA!!! QUE ALEGRIA ELE ESTÁ! QUE VITÓRIA ESTAMOS SENTINDO!!!
QUEM DIZ QUE OS AUTISTA NÃO PODEM APRENDER...
NÓS PODEMOS MENOS QUE ELES...












Grata Daniela Bolzan
Escrito por Janete, mãe do Thieey.

 

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