quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Uma esperança persistente. (Autoria: Gabriela - Mãe do Autista Raul - 3 Anos e meio).


Meu nome é Gabriela, tenho 24 anos, sou bióloga e mãe de um garoto chamado Raul, de 3 anos e meio. Estive separada do pai dele, Raniery, durante 4 meses, mas voltamos e estamos bem, apesar de ainda morar em casas separadas.
Minha gravidez foi inesperada, tinha 20 anos e somente 6 meses de namoro, estava no 3º semestre da faculdade. Foi uma notícia bombástica na minha vida...fiquei confusa, chorei, desesperei, medo do pai matar, aquelas coisas todas..enfim, não estava esperando, foi difícil.
Mas depois de 9 meses e 1 semana nascia o Raul. De parto normal, forte, grande (55 cm / 3,5 kg) e bastante faminto. A primeira coisa que me chamou atenção no seu desenvolvimento foi a demora a andar, pois andou somente com 1 ano e 5 meses. Falar também..e até hoje seu vocabulário ainda é muito primitivo. Fala algumas palavras, balbucia outras..só quem convive é que entende mesmo. Outras características dele: hiperativo, ansioso, desatento, fica bastante irritado se não consegue o que quer e agora está violento (beliscando e batendo). Ah! Outra coisa, grita muito, mas muito mesmo. Ele tem seus dias de calma, mas no geral, ele é muito ativo. Por outro lado, tem uma inteligência incrível. Sabe cores, números, e todas as letras do alfabeto, de A à Z (e ainda associa com palavras que comece com tal letra). Já sabe até escrever a letra I, O, U e H.
Passo o dia inteiro fora de casa, trabalhando e estudando, e quem cuida dele é a minha mãe (uma pessoa que me ajuda 24 hs por dia desde de que ele nasceu - tenho muita sorte!!!).
No começo do ano sofri muito porque a primeira escola que o levei, rejeitou meu filho. Nossa que dor...sofri muito e fiquei com medo de colocá-lo em outra escola e ter que passar por tudo de novo.
Até então ele não tinha diagnóstico nenhum.
Todos os exames possíveis que o neuropediatra solicitou foram feitos, e... TODOS NORMAIS!! Como se explicar certas coisas se meu filho é "normal"??
Foi a partir daí que partimos para sessão com psicóloga e nos foi dito que ele está no espectro do autismo. Estamos partindo para o tratamento com fono, psicólogo e TO. Estamos bem no começo mesmo. Essa notícia pra mim não foi desesperadora, embora tenha me deixado pensativa com algumas coisas.
Hoje ele está em outra escolinha, tem lá suas dificuldades, mas está convivendo com outras crianças.
Tenho esperanças que meu filho consiga superar todas as dificuldades e peço à Deus todos os dias mais paciência e serenidade, pois sei que é preciso para se lidar com ele.
Penso que se Deus mandou o Raul para minha vida é porque tenho sim competência e capacidade para amá-lo e cuidar dele.
Às vezes me sinto mal por ter que ir trabalhar, passar o dia todo longe dele...às vezes choro e penso nele a todo instante quando estou longe...quando vejo suas crises de birra e choro..é difícil, é duro, mas o amor que tenho pelo meu filho é imensuravelmente maior que todas essas coisas!
E tenho certeza que o sucesso do tratamento e a felicidade virá!!
Se Deus quiser!!
Fé...



Escrito por Gabriela, um amor incomparável, esses pequenos nos fortalecem a cada instante, pois Deus derrama sobre todos eles as bênçãos dos céus...Força e persistência sempre, pois não há vitória se não houver a luta...Daniela...

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