domingo, 13 de março de 2011

As amígdalas cerebrais de autistas - Daniela Bolzan


Dr. José Salomão Schwartzman é neuropediatra. Formado na Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo, especializou-se em Neurologia Infantil no Hospital for Sick Children, em Londres, e é professor titular de pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento na Universidade Presbiteriana Mackenzie.
Há muita especulação sobre as alterações no circuito cerebral dos autistas. O que acontece no cérebro de uma criança que a faz comer arroz de uma determinada marca todos os dias? Ou selecionar certos tipos de alimentos, se limitando a tantos outros?
Segundo Dr. José Salomão Schwartzman  não chegamos ainda a esse nível de detalhamento, mas parece que ocorre um defeito nos mecanismos que controlam a morte dos neurônios. Ou seja, todos nascemos com mais neurônios do que vamos utilizar durante a vida. No entanto, entre dois e quatro anos, 50% deles são eliminados, porque para o sistema nervoso não têm mais serventia.
A maioria das crianças autistas possui o perímetro encefálico maior do que as crianças normais, diferença que desaparece depois dos quatro, cinco anos. Isso sugere que no período em que deveria ter ocorrido a poda neuronal, algum defeito em seu mecanismo prejudicou o processo.
Isso explica por que algumas estruturas do sistema nervoso do autista têm tamanho diferente. Já se falou muito no cerebelo, mas agora a suspeita recai sobre uma estrutura chamada amígdala, que faz parte do sistema límbico e é maior nos indivíduos autistas.
A amígdala é uma estrutura que está fundamentalmente envolvida no processamento das emoções e tem muito a ver com a memória social. No Mackenzie, o professor Marcos Mercadante, que trabalha com modelos animais, está fazendo uma experiência com ratos, mostrando que, se provocarmos uma lesão em determinada parte da amígdala, eles perdem a memória social. Claro que os ratos não se tornam autistas, mas passam a manifestar sintomas característicos do transtorno. Existem também evidências de que, com o passar do tempo, há uma redução no cérebro dos autistas provocada por defeito no circuito cerebral  e não por defeito anatômico
O problema está, então, em como os neurônios estabelecem sinapses uns com os outros,  está na maneira como eles se comunicam. Nesse sentido é que cabe discutir o tratamento medicamentoso, para modificar a ação dos neurotransmissores.
Investigadores norte-americanos concluíram que as crianças autistas tendem a ter as amígdalas cerebelosas hipertrofiadas, uma zona cerebral associada ao reconhecimento facial e às emoções, concluiu um estudo da Universidade da Carolina do Norte. Esta anomalia cerebral está alegadamente, relacionada com a capacidade de prestar atenção e de partilhar experiências com outras pessoas, acrescentam os cientistas. “Este estudo ajuda a clarificar o mecanismo cerebral associado às deficiências sociais dos autistas. O trabalho providencia pistas sobre a forma como este comportamento se desenvolve”, explicou o investigador principal Joseph Piven. Para este estudo, a equipe realizou ressonâncias magnéticas a 50 autistas e 33 crianças não diagnosticadas com a doença. Os resultados revelaram que os voluntários que sofriam de autismo tinham uma maior probabilidade de ter as amígdalas cerebelosas hipertrofiadas, entre os dois e os quatro anos de idade. No entanto, não foi detectada qualquer relação entre o tamanho das amígdalas e outros comportamentos sociais, como os gestos ou os rituais sociais. Já que as amígdalas cerebrais são responsáveis pelas emoções e percepção de características faciais, em autistas elas não são totalmente utilizadas como em pessoas sem o transtorno.

 Referências Bibliográficas:
http://www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/1360/autismo-ii/pagina4/circuitaria-cerebral
htttp://www.google.com.br/amígdalas em autistas

                                                                                                                                  

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