sexta-feira, 29 de abril de 2011

Mãe Diz que falsa Psicóloga Beatriz Cunha a convenceu de que seu filho era Autista. ( Daniela Bolzan)

 
A falsa psicóloga, que atendia crianças com autismo e foi presa em flagrante na quarta-feira (28), mexeu com a vida de várias pessoas e abalou de maneira severa a trajetória da família da ex-secretária Bianca Jardim Couto, de 30 anos, mãe de Gabriel, um dos pacientes tratados pela acusada Beatriz Cunha.

O menino, que hoje tem três anos e leva uma vida normal, apresentou sintomas da doença em 2009. Ele não falava e enfileirava carrinhos, sinais considerados comuns em crianças autistas. Foi então que a lábia da falsa psicóloga, que atendia em Botafogo, na zona sul do Rio, falou mais alto e foi capaz até de invalidar exames feitos com a mais alta tecnologia. Os pais de Gabriel entraram em desespero e depositaram na falsária a esperança de melhora do menino, como contou Bianca.

- Essa mulher acabou com a minha vida, com a minha saúde mental. Entrei em depressão, larguei meu emprego, parei de estudar. Ela disse que o meu filho era autista. Meu mundo caiu. Fizemos os exames [tomografia, eletro encefalograma] e os resultados não indicaram nada. Mesmo assim ela afirmou que o Gabriel tinha o problema e nos convenceu a começar o tratamento.

A família de classe média se viu sem saída. Como Bianca afirmou, estava em jogo a vida de seu “bem mais precioso”. Por isso, a solução para arcar com a primeira avaliação (R$ 600) e o tratamento (R$ 1.800 por mês) foi pedir doação a parentes e amigos.

- Nós ficamos assustados, mas tínhamos de tratar. Pedimos dinheiro para todo mundo. Ele [Gabriel] era atendido duas vezes por semana, mas depois de quatro meses, vimos que a situação do meu filho era a mesma. Percebemos que havia algo estranho, pois o Gabriel estava igual e, além disso, ela não queria dar recibo e pedia que a gente entregasse o dinheiro na mão dela.

Bianca conta também que o tratamento que eles pagavam não era e que uma mãe desembolsava R$ 9.500 por mês.

O estalo que fez acordar os pais de Gabriel aconteceu como salvação. A falsa psicóloga foi trocada por uma fonoaudióloga. Segundo Bianca, em menos de um mês, a criança começou a falar e rapidamente parou até de enfileirar carrinhos. Em nova consulta com uma psicóloga, dessa vez uma que tinha o registro no CRP (Conselho Regional de Psicologia) válido, foi constatado que o menino não tinha qualquer sinal de autismo.

- Hoje, o Gabriel fala pelos cotovelos. Aquela mulher quase acabou com a gente, mas ainda bem que conseguimos agir logo. Uma outra profissional o avaliou e disse que ele não passava nem perto de ter autismo.

Com o tempo, a família retomou, aos poucos, seu rumo. Mas, em dezembro do ano passado, Bianca descobriu um câncer linfático. Ela diz acreditar que a doença é fruto dos traumas causados pela falsa psicóloga.

- Os médicos me disseram que o aborrecimento que eu passei pode ter influenciado na minha doença. Repito, essa mulher acabou comigo.

Bianca contou que há cerca de um ano não ouvia falar de Beatriz Cunha, até que se surpreendeu quando soube que a falsa psicóloga havia sido presa. A sensação, de acordo com ela, foi de alívio.

- Agora ela tem de pagar por isso, pois me prejudicou e prejudicou muita gente. Ainda quero entrar com um processo contra ela.

Ressarcimento aos pais

O delegado Maurício Luciano de Almeida e Silva, titular da Decon (Delegacia do Consumidor), onde o caso foi registrado, informou que ainda irá investigar a vida da suspeita para que possa, então, pedir o sequestro dos bens. De acordo com ele, seria a maneira de ressarcir os pais dos pacientes.

- Estamos verificando ainda algumas coisas. Sequer sabemos quais são os bens dela. Esse é o jeito de pagar aos pais.

Autismo

Segundo a AMA (Associação de Amigos do Autista), o autismo é uma inadequação no desenvolvimento, que se manifesta de maneira grave durante toda a vida, mas que aparece, tipicamente, nos primeiros anos de vida. A síndrome atinge, em média, de duas a cinco crianças em cada 10 mil nascidos, e é de duas a quatro vezes mais comum em meninos do que em meninas. É encontrado em todo mundo e em famílias de toda configuração racial, ética e social.

Normalmente, o autista se comporta como se as outras pessoas não existissem, rejeitam o contato físico e olham através das pessoas como se elas não estivessem presentes.

O diagnóstico é clínico e deve ser dado por um profissional treinado, capaz de, através da observação e entrevista com pais e pacientes, identificar sinais e sintomas peculiares.

Fonte: R7 - Rio de Janeiro
Grata
Daniela Bolzan

5 comentários:

  1. MUITO IMPORTANTE DIVULGAR A EXPERIÊNCIA NEGATIVA DESTA SUPOSTA PROFISSIONAL DA PSICOLOGIA. PARABÉNS.

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  2. Ola!eu pressivo de muita ajuda!meu filho tem 4 anos,não fala nada,brinca todos os dias cm seus carrinhos enfileirados ou objetos enfileirados,as vezes brinca cm algo diferente,mas e raro!adora avião.não gosta de ir para creche,chora muito.não gosta de esta cm outras crianças da mesma idade.as vesses gosta de brincar só,grita muito,quase o dia inteiro,não gosta que tirem o brinquedo de sua mão,noa divide nada cm seu irmão de 10 anos,bate nas paredes, avesses bate cm a cabeça na parede, ascende e apaga aluz da casa,meche toda hora na torneira,ele sorri,beija mas quando ele quer,ele já fez 2 cariótipo deu normal,fez beta deu normal,agora pedirão mais 2 testes de surdes mas ele escuta perfeitamente,e pedirão uma ressonância magnética,mas ele entende tudo que falo,as vezes se faz de surdo.caminha meio estranho como se fosse um pinguim,não dorme a noite,e esvazes grita a noite,o neuro disse que ele pode ter síndrome global,não entendo o que é síndrome global,estou sozinha nesta luta,quando falo para meus parentes eles dizem que os médicos são loucos e que estão arrumando uma doença para meu filho,ele é acompanhado pelo neuro, genética,pedagoga,estimulação pre cose.mas ate agora ninguém me falou exatamente o que ele tem,vi o vídeo de teu filho e parece que estava vendo o meu!se poder me dar alguma ajuda serei grata!obrigado des de já!

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    1. Olá Tatiane, desculpe pela demora para responder... Como sabe, não sou profissional, mas tenho muita experiencia pois sou mãe de um autista, pela maneira que voce descreveu se encaixa muito no espectro autista, a síndrome global que os médicos falam nada mais é do que o autismo que ainda nao foi fechado diagnóstico, alguns médicos demoram até os 6 anos para fechar o diagnóstico, outros já fecham com 3 anos.Varia muito... Na minha opiniao, acho que vocÊ poderia tentar conversar com seu neurologista para prescrever alguma medicação, como o Risperidona que é o que dá mais certo para os autistas. pois assim ele vai ficar mais calminho.. Sinto dizer, mas a jornada não é fácil, você precisa ter força para encarar tudo pois você como mãe é a base de seu filhinho.. Muitas vezes mesmo com a medicação eles tem a crise de nervoso, estresse,e a unica coisa que vc deve fazer nessas situações é abraçar ele bem forte e dizer que está tudo bem e esperar o ciclo de raiva passar.. Isso é natural neles.. Todos esses exames meu filho também fez e também nao deu nada, ele também nao fala nenhuma palavra. tente procurar uma opiniao de um neuropsiquiatra, ou até mesmo outro neurologista.. me fala em qual cidade vc mora, talvez posso te ajudar, tenho contato com muitos pais e talvez pode ter algum na sua cidade...
      Pode contar comigo.. Estou a disposição.. bjos..

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  3. Ola,parabens pela maezona que voce é e pelo teu filho pois sei que é dificil enfrentar obstaculos mas a alegria de telos este pequinos nos da força para prosseguir porque eles precisam de nos.Mãe.
    Meu filho tambem é especial visite o meu blog:kuitlis.blogspot.com.br precisamos de ajuda,é otimo saber experiencia de outras crianças,nos da mais força para lutar.

    Grata Keila

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  4. Conheci um garoto hoje, no berçário da igreja que frequento autista. Tem 5 anos e seu nome é Pedro.Não conheço muito sobre autismo,a princípio pensei que ele tivesse alguma deficiência auditiva, porque ele não falava,e parecia não me ouvir a principio.Depois do tempo que passamos juntos(aprox. 1h30 no berçário),o pai disse que ele era autista.Foi ótimo tê-lo comigo e agora quero saber tudo que puder para interagir melhor com ele,conhecer um pouco de como ele se relaciona e vê o mundo. Percebi que ele era bem agitado, e sorridente. Durante algum tempo, brincamos com brinquedos de encaixe e formas e entre uma peça e outra... fizemos muitos "passeios" pelas salas e corredores, pois sempre queria andar! Quando os pais vieram buscá-lo, ele quis que eu fosse com ele e me puxou pela mão para que o acompanhasse, lanchamos juntos e quando foi embora ele quis se despedir de mim.Ficamos amigos! Os pais disseram que ele frequenta uma escola,mas gostariam de colocá-lo numa escola especial visando sua melhora. Por favor, se tiver algum livro ou material que possa indicar, gostaria muuuito de ler e saber mais, experiências e dicas de como lidar. Quero que ele se sinta bem em nosso meio e pretendo passar para as outras cuidadoras Tbm. Por isso comecei a pesquisar na internet conseguir mais informações e encontrei seu vídeo.Parabéns pelo vídeo amei ver sua história de amor com seu pequeno. Deus os abençõe!

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